Nesses últimos dias eu tinha descobrido uma coisa sobre a família Campbell ...
Eles eram ricos.
E a casa que eu moraria era prova disso.
Era linda. Era grande. Era perfeita.
Pena que os donos não eram.
Digo, a megera, meu pai é o melhor pai do mundo...acho. Ele não pensou muito em mim quando decidiu se mudar, mas fazer o que.
Eu fantasiei tanta coisa naquele momento, mas meu sonhos foram cortados pelo Toni.
-E aí, gostou?
-Claro! Quem não gostaria?
E voltei as minhas fantasias. Onde será que vai ser meu quarto? Será que é grande? E a vista? Será que tem piscina nos fundos?
Mas claro que não pude fantasiar muito, já que me interromperam de novo. Mas dessa vez não foi Toni, foi a Mônica, querendo me apresentar a todos da família dela.
Toda a família dela. Vocês sabem o que é isso? É tipo, uma população. Ninguém merece.
Mas se vocês acham mesmo que eu ia conhecer a cambada toda, está muito enganado. Eu invento uma diarréia e fico o dia todo no banheiro, mas não conheço a família dela toda.
E foi exatamente isso que eu fiz.
Disse que precisava ir ao banheiro, e falei ao meu pai que achava que estava com diarréia, que poderia demorar de voltar, mas podiam seguir com a "comemoração" sem mim.
Ah, eu já falei que a casa era perfeita né?
Pois é, ela é perfeita, tanto dentro quanto fora.
Eu nem sei descrever a casa.
Entrei como se tudo fosse de vidro, delicadamente, dando passes leves como uma bailarina, mesmo que eu não saiba dançar ballet. E então comecei a pensar.
Essa casa é minha agora, eu vou poder morar nela. Dormir e acordar e estar todo dia aqui.
Quem sabe essa mudança não seria assim tão ruim.
Mas aí então vi um retrato da Mônica com o meu pai em cima da lareira (sério, uma lareira, na minha casa, eu nunca tive uma lareira), o que me fez lembrar que nem tudo seria maravilhoso aqui. Seria bem melhor com a mamãe.
A mamãe amaria essa casa.
Voltei a mim, meio tonta, e lembrei que eu ainda tinha coisas a fazer. Por sorte, meu ipod, meu ds, meu celular e meu livro estavam na minha bolsa comigo.
Segui para o banheiro, que não preciso dizer que era um luxo só, fechei e tranquei a porta, sentei-me no chão e esperei o tempo passar.
Muitas horas se passaram, e eu já tinha feito tudo que dava pra fazer nas minhas condições.
Até que eu senti fome.
Eu tinha esquecido de ter posto uns salgadinhos na bolsa.Droga!
Minha única opção era sair do banheiro, e procurar comida na cozinha, mas lá fora na festa, eu não ia de jeito nenhum.
Abri a porta e olhei pros dois lados antes de sair, mas só então me toquei de uma coisa.
Eu não sabia onde era a cozinha.
Voltei para o banheiro e comecei a pensar. Aonde, em uma casa tão grande como aquela, deve ser a cozinha?
A única forma de descobrir seria andando pela casa até encontrar.
Então, esse era o plano, ficar vagando pela casa até encontrar uma cozinha, sem que ninguém veja, pegar comida, e voltar pro banheiro.
Sai andando de fininho como se fosse uma bailarina (desastrada). Fiquei pelo menos 20 minutos procurando a tal da cozinha, mas achei.
Nem preciso dizer que a cozinha era um luxo só né.
Quando estava entrando, levei o maior susto do, imaginem só, nosso mordomo.
Eu tinha um mordomo na minha casa, tipo, oh meu Deus! Que chique.
-Posso ajudar a senhorita?
-Eu só vim buscar uns biscoitos e umas coca-colas que meu pai pediu pra eu buscar.
-Você gostaria que eu levasse?
-Nãão, não muito obrigada, mas eu dou conta.
Peguei meu lanchinho, e corri de volta para o banheiro.
Quer dizer, correr, eu não corri não, já que não sabia ao certo onde ficava o banheiro.
Levou mais 10 minutos até eu encontrar meu "esconderijo secreto", que já não era mais tão secreto.
Já que cheguei lá e a porta estava trancada, e com certeza tinha alguém dentro.
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