segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Mandy - Capítulo 17

Postado por Vanessa Teixeira às 10:04
    O Toni ficou um bom tempo parado olhando pra mim com cara de "Você é louca!".
    Eu nunca tinha pensado nessa hipótese. Quer dizer, como não pensei antes? O Toni já pode e sabe dirigir, ele tem um carro, a família dele é rica então a gente poderia pegar um pouco de dinheiro emprestado por uns tempos, sacou a idéia? A gente foge, e diz que só volta se deixarem a gente ficar junto. Seria só por uns dias, o suficiente pra fazer o meu pai implorar pra a gente voltar.
     O Toni é um gênio. Fato.
     -Mandy, eu só estava brincando quando eu disse que a gente poderia fugir. Nós não podemos fugir. Essa é a idéia mais idiota, estúpida, sem noção e ridícula que eu já ouvi na minha vida. Não mesmo. A gente vai ter que achar uma outra maneira.
    -Toni não tem uma outra maneira. Seria só por uns dias, até eles implorarem que a gente volte. Você pode dirigir, sua família tem dinheiro, você até tem o seu próprio carro. O que poderia dar errado?
    -Olha só, essa idéia é insana. Pense direito nisso. Eu acho que não é a coisa certa a se fazer. Mas eu farei tudo que for preciso pra ficar com você. Eu vou pro meu quarto pra evitar problemas. Boa noite Mandy.
    Ele deu um beijo na minha testa e já estava em direção a porta, mas eu me levantei e fiz uma coisa que acho que nunca na minha vida eu faria.
     Eu puxei ele pra mim e o beijei. Tipo, beijei mesmo.
     Ele retribuiu o beijo. Aliás, que beijo bom. Eu já estava com saudade dele. E do beijo dele.
    Passei a noite toda pensando na minha fuga. Aliás, nossa fuga. Eu ainda achava uma boa idéia, não importa o que o Toni disesse. Eu só tinha que pensar a que horas e que dia nós fugiríamos, e pra onde iríamos. Eu tinha que deixar um bilhete pra eles e dar um jeito de conseguir dinheiro. Seria melhor que nós saíssimos a noite. Não podiamos ir muito longe.
    Tá legal, admito. Tem muita coisa pra pensar. Mas isso não significa que desisti. Só tenho que convencer o Toni.
    A noite falei com a Dani, e contei tudo a ela. Claro que ela também falou que essa idéia era insana, perigosa e blá, blá, blá. Mas depois que expliquei melhor a história acho que ela se convenceu um pouquinho. Eu não estava ligando mais pra o que os outros falavam. Agora, meu único próposito era o Toni, e eu faria de tudo pra ficar com ele.

                                   **********

    Eu já estava decidida, e nada me faria mudar de idéia. O Toni continuava a dizer que eu era louca e tal, mas aceitou. Já estava quase tudo pronto pra nossa fuga, e o plano era o seguinte: Eu vou fazer minhas malas e vou dizer que vou passar o fim de semana na casa da Emily, um último fim de semana com minha única amiga aqui em Houston sabe. O Toni vai dizer que vai passar na casa de um outro amigo dele aí. Mas não vamos pra nenhum desses lugares. Quer dizer, eu vou pra casa da Emily, e o Toni me busca lá, aí nós vamos para Austin, a capital do Texas. 267 km em 3h, só pra ter uma idéia. Nos hospedaremos no Sheraton Austin at the Capitol, um hotel chiquerérrimo que tem lá. Passamos uns dias lá e vamos dando notícia para os nossos pais por telefone. E quando eles decidirem aceitar nosso namoro, voltamos.
    Sou uma gênia ou não sou?
    Na quinta a noite eu repassei o plano com o Toni. Já tinhámos feito reservas no hotel, abastecido o carro, sacado e dinheiro e pegado os cartões de crédito, carregado os celulares e arrumado as malas. Estava tudo pronto e nada daria errado.
    Espero.

0 comentários:

Postar um comentário

 

Lost freedom Copyright © 2012 Design by Antonia Sundrani Vinte e poucos