Dei outro abraço nele. Aliás, não me cansava de dar abraços nele. Eu estava muito feliz mesmo, e era o melhor que eu conseguia fazer para demonstrar o tamanho da minha felicidade.
-Está bem filha, eu já entendi. Mas por que fugir? Você devia ter conversado comigo, eu iria entender.
-Você acha que eu não tentei? Mas agora já está feito pai. Agora só falta...você sabe.
-Eu tentei convencer ela de todas as formas, mas ela não me disse um bom motivo. Mas o Toni está conversando com ela e acredito e consiga convence-la. Agora me conte da viagem. Para onde vocês foram?
-Nós fomos para Austin, pai.
-Meu Deus, vocês são loucos. Eu achei que vocês tinham ido para algum hotel na cidade, ou pra casa de algum outro amigo. Não imaginaria que...Austin!
Eu dei risada. Meu pai realmente ficou impressionado com o fato da gente ter viajado para Austin. O único problema era que se nós quiséssimos fugir de novo, não poderia ser para lá.
-Foram de carro ou de avião? Se hospedaram aonde? Vamos me conte tudo!
Contei tudo a ele: do hotel, do Aquarelle, o passeio no Waterloo Park, o café da manhã farto, a piscina. Só não contei, claro, do que aconteceu a noite. Essa parte ele não precisava saber.
Eu fiquei feliz em contar tudo a ele. A gente estava se aproximando e nossa relação estava melhor. Se fosse antigamente, eu não diria nada, e só diria que a viagem foi boa. Mas as coisas estavam mudando, e pra melhor.
Depois de contar tudo a meu pai, o Toni e a mãe dela ainda estavam conversando. Eu subi para o meu quarto e me joguei na cama box. Lar doce lar.
Fui tomar um daqueles meu banhos bem demorados de espuma na banheira pra relaxar. Foi um dia estressante, mas foi bom ao mesmo tempo. Tudo indicava que eu e o Toni ficaríamos juntos, e nada poderia poderia me deixar mais feliz naquele momento.
Acho que dormi na banheira. Ok, eu dormi na banheira. Fui acordada pelo toque do meu celular. Era a Emily.
-E ai como foi seu dia?
-Oi Emily, como vai você, eu vou bem, obrigada por perguntar.
-Tá, tá. Pule pra parte relacionada a você, ao Toni e seus pais.
Eu contei a história toda pra ela, inclusive a parte da Mônica. Mas mesmo adorando a Emily, não contei a ela a parte relacionada a mim, o Toni, a cama...enfim, já deu pra entender. Não sei o que tinha dado nela, mas ela ficou calada até eu terminar. Percebi que a Emily era uma ótima amiga. Apesar de adorar falar, ela já havia me perdoado 2 vezes, e sempre me ajudava quando eu precisava.
Mas enfim, quando terminei de contar, ela falou tudo que queria ter falado enquanto eu falava, só que ela se segurou pra não me interromper. Fiz o mesmo que ela, e fiquei quieta até ela terminar, só que ela demorou um pouco mais do que eu falando. A questão é que ela nos apoiou, nos desejou sorte, e ainda me contou uma novidade. Na noite passada, o Ryan tinha ligado pra ela. Ele adcionou ela no msn, eles conversaram, e tinham marcado de ir ao cinema juntos.
-Emily, isso é incrível!
-Eu sei! Ai eu pensei se você e o Toni não querem ir junto.
-Não sei Emily. A ultima vez que fomos nos quatro pro cinema não deu muito certo, lembra? E é sua chance de ficar só com ele, sem ter nada nem ninguém pra atrapalhar. Eu adoraria ir, mas acho que dessa vez não.
-Você tem certeza? Tipo, vocês poderiam não ir com a gente, mas a gente sem querer querendo se encontraria lá e tal.
-Eu vou falar com o Toni, mas acho que ele vai dizer o mesmo que eu.
-Eu ia adorar ter vocês dois como companhia. Ai depois a gente saia pra comer alguma coisa.
-Eu vou falar com o Toni e te ligo mais tarde.
-Vou ficar esperando viu.
Eu queria ir pra ver a Emily, pra ficar mais um pouco com o Toni e quem sabe, me desculpar de novo do Ryan. Ele parecia ser legal, mas eu tinha começado com o pé esquerdo com ele. Mas ainda assim, acho que seria muito melhor pra Emily ir sozinha, pelo menos no primeiro encontro. O Toni que ia decidir se iámos ou não.
Terminei o meu banho, me vesti e fiquei assistindo TV no quarto. Depois de um tempo, O Toni bateu na minha porta.
-Entre.-disse
Ele entrou sério, mas não conseguiu se segurar por muito tempo, e logo estava sorrindo mais do que criança quando ganha presente.
-Eu consegui.
Eu pulei da cama e fui correndo dar um abraço nele. Ele me rodou no ar e depois me beijou. Ele havia conseguido! A gente tinha conseguido.
Eu e o Toni poderíamos ficar juntos, ninguém ia ter que se mudar, nem mudar de colégio.
Eu estava me sentindo a garota mais feliz do mundo.
-Então, me conta como foi.
-Foi meio difícil. Demorou pra ela entender que eu te amava e tal. E eu acho que ela não gosta muito de você.
-Conte-me uma novidade.
-Mas depois de tanto insistir ela desistiu. Ai eu carreguei ela, dei mil beijos, disse que era a melhor mãe do mundo, e ai pronto.
Nessa hora, meu pai entrou no quarto e se deparou comigo e o Toni se beijando.
-Hum...querem que eu volte mais tarde?
-Não pai pode entrar.- me soltei do Toni e fui dar outro abraço no meu pai.- Eu já disse obrigada?
-Já, milhões de vezes, filha. Mas olha só. Vamos impor algumas regras aqui ok.
-Como o senhor quiser.
Não vou mentir que eu já esperava algo do tipo, mas só de morar no mesmo teto que o Toni e estudar no mesmo colégio, eu já estava feliz.
-Primeiro, e acho que mais importante, nada de beijos na frente do resto da família. Por favor nos polpem de ver essas cenas...calientes.
Eu e o Toni demos risada.
-Outra coisa importante: não quero saber de Toni aqui no quarto da senhorita, e vice-e-versa. - Como meu pai é inocente. - Quando saírem, terá hora de voltar.
-Isso sempre teve pai.
-Mas agora eu vou ser mais rigoroso com isso. E...por enquanto é só isso. Mas se vocês saírem da linha...
Eu e o Toni ficamos parados olhando pro meu pai esperando dizer o que aconteceria. Mas aparentemente nem ele sabia.
-Tá, saiam da linha que eu penso o que eu faço com vocês.
Todos demos risadas, demos um abraço grupal (brega, sei) e descemos todos juntos. A Mônica estava penteando o cabelo da Valentina e a Valentina estava brincando no iTouch. Todos os olhares se voltaram pra gente. O olhar da Mônica era de raiva, do meu pai de orgulho (do que eu não sei, mas era como eu estava vendo ele) e da Valentina era de...ah é, ela não estava olhando pra gente, então deixa pra lá.
-O jantar está servido.
Eu até tinha me esquecido que eu tinha um mordomo. Aliás, eu tinha me esquecido que eu tinha uma vida. Isso tudo porque agora, o Toni era minha vida. Pode parecer algo muito...intenso vindo de uma adolescente, mas eu me sentia daquele jeito.
O jantar, como sempre, tinha um cheiro maravilhoso. E o sabor correspondia ao cheiro. Sinceramente, eu nem sei o que eu havia acabado de comer, mas sei que era bom.
-Ao Toni e a Amanda. - brindou meu pai com um sorriso generoso no rosto. A Mônica repetiu sem animo nenhum, e a Valentina falou mais animada do que todos nós juntos. Olhei nos olhos do Toni e disse:
-A nós.
-A nós.
E brindamos.
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