-Amanda, eu quero que você me explique mais uma vez o que foi o que aconteceu.
Eu nunca tinha visto meu pai tão sério, talvez até mais do que quando ele foi me falar que iríamos nos mudar. Eu contei a ele tudo, com detalhes. As vezes eu parava e pensava "Porque eu to contando isso a ele?", mas eu não podia mais esconder nada dele se eu quisesse ter uma miníma chance de ficar com o Toni. Ele não falou nada até eu terminar, ficou sério o tempo todo e quando terminei de contar toda a história, ele ainda ficou um tempo em silêncio.
-Amanda - Detalhe: ele só me chama de Amanda quando é realemnte sério. - eu conversei com a Mônica sobre a situação, e nós chegamos conclusão que não podíamos deixar a situação como está. O Toni é praticamente sue irmão. Você não pode beija-lo, muito menos se apaixonar por ele. Essa idéia é ridícula.
-Papai, a gente não escolhe por quem se apaixona, assim como a gente não escolhe a família. Me desculpe se eu errei. Eu tentei esquecer o Toni. Juro que tentei. Mas não dá. Eu...eu o amo papai. E o Toni também me ama. Não a nada que vocês possam fazer.
-Na verdade, tem sim.
Claro que a esse ponto eu já estava com os olhos cheios de lágrima. O que ele e a Mônica poderiam fazer para separar eu e o Toni? A gente morava junto. Não tinha como separar a gente. Acho.
-Amanda, eu e a Mônica vamos mandar o Toni pra morar com os avós e você vai mudar de colégio.
Minha primeira reação foi chorar. Quer dizer, o que mais eu podia fazer? Nada! Minha vida tinha acabado. Eu perderia minha única amiga aqui, e o meu namorado também.
Ah sim, e o meu pai ainda teve a cara de pau de me abraçar e dizer:
-Desculpa filha, mas estamos fazendo isso para o seu bem.
Sério, me segurei pra não rir.
Aonde que eu ia ficar bem sem o Toni e a Emily? Principalmente o Toni. Meu pai tava louco, definitivamente. Mas a questão é seguinte: eu estava morrendo de ódio de meu pai, por isso, depois do abraço dele, eu me levantei, soltei um berro, e expulsei ele do meu quarto. Tipo, expulsei mesmo. Eu estava com muita raiva dele. Ele já tinha colocado a Mônica na minha vida, o que foi horrível, mas agora ele quer tirar o Toni.
Meu pai ficou super assustado comigo. Sabe, eu estava chorando, eu estava apaixonada pelo filho da minha madrasta, eu ia perder minha única amiga de Houston. E boa parte dessas coisas foram causadas por causa do meu pai. Então, porque eu tinha que ser legal com ele? Não, eu não tinha que ser legal com ele.
Depois que o meu pai saiu, quer dizer, foi expulso do meu quarto, eu me joguei na cama, chorei demais, e acabei dormindo.
E o que se seguiu depois foi a pior semana da minha vida.
**********
A Emily tentou de tudo quanto é jeito me animar, mas não conseguiu. Eu não tinha animação nem pra andar. Eu estava péssima.
O papai já devia estar irritado comigo. Sempre que ele falava comigo, eu o ignorava, assim como eu fazia com a Mônica. Quando eu passava pelo Toni, meus olhos já se enchiam de lágrimas. Não nos falavamos mais, e o clima na casa estava péssimo.
Fora isso, Jennifer tinha voltado com o Ryan. Mas se o conheço bem, quer dizer, não o conheço tãão bem assim, mas o suficiente pra achar que ele não voltaria com a Jennifer assim, tão fácil. Mas isso a gente deixa pra depois. O fato é que a Jennifer está se sentido a tal e que ela estava super feliz porque tinha conseguido arruinar minha vida.
Uma semana depois da notícia, meu pai e a Mônica já tinham aprontado quase tudo para a saída do Toni de casa, e minha mudança de colégio. O Toni até propos de ele trocar de colégio e eu ficar no HHS, mas o meu pai não deixou, porque assim os dois sofriam as consequências, quer dizer, o Toni ia se mudar da nossa casa, e eu ia mudar de colégio.
A tarde, passei pelo Toni no corredor.
-Mais tarde preciso falar com você.
-Mas Toni, você sabe que eu não posso falar com você.
-Não durma cedo.
-Mas...
Ele não deixou eu falar. Desceu as escadas depressa e saiu. Vou admitir que fiquei morrendo de curiosidade de saber o que é, o que o Toni poderia querer falar comigo?
O dia passou devagar. Deve ser por eu querer saber o que o Toni queria falar. Mas sobrevivi ao meu mal-humor e ao meu cansaso, até que, quase meia-noite, horário que meu pai e a Mônica iam dormir, o Toni bateu na minha porta. Eu fui correndo abrir, quase tropecei na bolsa jogada no meio do quarto, mas cheguei.
Quando ele entrou e eu fechei a porta, eu o abracei. Tipo, um abraço daqueles muito forte sabe, como se você não quisesse soltar mais. Na verdade, eu não queria soltar mais o Toni, mas enfim.
Logo eu já estava chorando de novo e o Toni tentando me acalmar. Tentei engolir o choro logo pra ele me dizer seja lá o que ele queria dizer.
-Mandy, eu tava pensando em alguma forma de a gente sair dessa situação.Tá super difícil, mas tem que ter uma brecha.
-Não tem Toni. Acabou! A Jennifer conseguiu o que ela queria e o meu pai também. Não tem mais o que fazer.
Já falei que minha voz fica horrorosa quando eu estou chorando?
-Mandy, tem que ter. Não existe plano perfeito, ou sei lá o que. Mas tem que ter um jeito, nem que esse jeito seja a gente fugir. Para de...
-Isso! Toni, você é brilhante!
-Eu sou?
-Sim você é. Toni, vamos fugir!
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