terça-feira, 2 de novembro de 2010

Mandy - Capítulo 2

Postado por Vanessa Teixeira às 15:10
Acordar realmente, eu só acordei no avião chegando em Houston, porque a semana que se passou foi péssima, triste, e me senti como uma...
    Morta.
    Sério mesmo. Foi muito difícil mesmo me despedir dos meus amigos. Chorei muito, o que me deixou com a cara mais bela que você possa imaginar, o que é ótimo já que vou começar uma vida nova, numa cidade nova, numa família nova e numa escola nova...com cara de velha. Eu acordei esses dias parecendo um zumbi. Não tinha como ficar pior.
    Álias, talvez tenha. Já que quando chegamos em Houston, toda a família da megera estava lá no aeroporto.
    Sério, me mata.
    E era muita gente, ela parecia ter as devidas 4 avós e avôs, e zilhões do que pareciam ser primos, e tios, e nessa galera toda, nem consegui identificar os pais dela. Será que a mãe dela é que nem ela só que...mais velha?
    Só de pensar já me dá calafrios.
    Mas o fato é que eu tinha acabado de mudar e já tava pagando mico.
    O QUE EU FIZ PRA MERECER ISSO?
    Enquanto meu pai, Mônica e seu filhos comprimentavam a "gangue" (refiro-me a família dela), dei uma escapadinha e fui ao banheiro. E quando entrei, fiquei me perguntando se eu tinha entrado no banheiro ou em alguma passagem interdirecional que me levasse ao mundo mágico cheio de criaturas estranhas e monstrengos. Porque achei isso?
    Porque a única coisa que vi no espelho foi uma monstra.
    Minha cara, meu cabelo, até meu corpo (que geralmente não sou muito de reclamar) estava, horrível é elogio, estava tudo HORRIPILANTE.
    Aquela não poderia ser eu.
    Acho que deixei minha bolsa cai quando parei na frente do espelho, porque depois de um minuto de...pesadelo, uma menina me chamou:
    -Com licença, acho que você deixou isso cair - e indicava para minha bolsa que de fato estava no chão.
    -Ah, obrigada.
    -Escuta - ela continuou - você está com aquela família enorme lá fora?
    E agora? O que eu respondia? Eu estava, infelizmente, mas...e se ela fosse do meu futuro colégio? Eu estaria entrando lá com uma vida social destruída por uma família que na verdade nem era minha.
    -Não, porque? - minha curiosidade era grande, tive que perguntar.
    -Ah, que bom, porque, cá pra nós, eles são...bizarros não acha?
    Eu só pude concordar. Por que, por acaso, eles eram bizarros. E muito.
    Balancei a cabeça positivamente, pegando minha bolsa e achando que aquela conversa estaria por encerrada.
    Mas eu estava errada. A menina continuou falando.
    -Mas só tem um que não é bizarro naquele meio...um bem alto, dos olhos claros e cabelos pretos sabe...acho que o nome dele é Toni. Ele é um gato não acha?
    -Claro, mas, qual é o seu nome ?
    Ela pareceu espantada. Acho que poucas pessoas no aeroporto perguntavam seu nome. E eu estava começando a entender porque.
    Primeiro, porque ela era um tanto quanto esquisita. Não de um modo feio...pra mim. Ela era alta, e muito magra. Tinha longos cabelos ruivos, sardas no rosto...era uma verdadeira Gina Weasley...só que do Texas.
    E segundo porque, bem, descobri que ela...
    Fala demais.
    -Emily. E o seu?
    -Amanda, mas pode me chamar de Mandy.
    E não escutei mais o que ela falou. Porque ela falava muito, e muito rápido. E todas as frases tinham no final a expressão "não acha?", o que me fez concluir que ela se importava e muito com o que os outros pensavam.
    E deve ser por esses motivos que poucas pessoas no aeroporto perguntam seu nome.
    -Olha Emily, eu tenho que ir tá legal, foi muito bom te conhecer. - e sai bem rápido.
    Coisa que eu não deveria ter feito, digo, sair rápido, já que na porta do banheiro quase me bati com uma menina, aparentemente da minha idade, só que mais bonita, mas esbelta...e mais arrogante.
    -Deixa eu advinhar: você é do signo de leão. - ela disse
    Tá, me chamem de burra se quiser, mas de primeira, eu não entendi. Só entendi quando ela estava entrando e eu saindo e ela disse no meu ouvido:
    -Bela juba, leãozinho.
    Isso ai mesmo. Eu tinha entrado no banheiro, ouvido minha futura (não)família ser chamada de bizarra, e ouvi dizer que meu (não) irmão era gato, pra nada. Já que esqueci de me arrumar do mesmo jeito.
    Não queria entrar naquele banheiro por dois motivos: por causa da menina que me chamou de leão (ela não deve ser muito inteligente, já que feminino de leão é leoa) e bem, por causa da Emily.
    Então simplesmente peguei um dos meu elásticos que fica no meu pulso, prendi o cabelo e saí andando em direção a minha (não)família.
    Mas que direção é essa eu não sabia.

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