Demorei de sair da prova, mas sai me sentindo tão péssima quanto antes dela. Como sempre, o Toni tentou me acalmar, mas não deu certo dessa vez.
No almoço, a Emily ficou mais quieta do que o normal. Ela também tinha ido mal na prova e, ela tinah me dito mais cedo, os pais brigaram feio na noite anterior.
Quando ouvi o sinal da última aula, sai correndo da sala. Não aguentava mais aquele lugar e com prova ou não, eu dormiria a tarde toda. O Toni ficou de me encontrar no portão. Passei no armário, guardei meus livros e peguei os que eu precisasse e me dirigi a saída. A Emily já tinha ido embora e o Toni estava conversando com o Ryan. Estava dando um beijo no Toni quando, para minha surpresa, vi o carro do meu pai com a Mônica no banco ao seu lado. Não entendi nada porque geralmente a gente sempre volta com o Toni.
-Tina, entre no carro. Mandy, vá com o Toni e Toni...siga a gente.
Tenso.
Porque eles queriam nos pegar? Seguir pra onde? E ainda por cima, não era só o papai, era a Mônica também. O que será que estava acontecendo?
Fui pro carro com o Toni em silêncio. Acho que ele também estava pensando o que poderia ser. Mal fechei a porta ele perguntou:
-O que você acha que é?
-Não faço a mínima idéia.
O silêncio voltou a reinar no carro. Toni não ligou nem o rádio. Nós fomos seguindo o carro do meu pai e não demorou pra eu perceber que ele estava indo para o The Tasting Room, um café que ficava na Uptown Park. Não sei o que meu pai queria fazer lá, e o Toni também não, mas continuou seguindo ele até ambos os carros pararem. Sai do carro e dei a mão ao Toni. Não sei bem porque, mas eu estava nervosa.
Papai pediu uma mesa pra nós cinco. O garçom nos levou a uma bem no canto. Ficamos um tempo sem falar nada só um olhando pra cara do outro. Até que meu pai quebrou o silêncio.
-Toni, Mandy e Tina, eu e a Mônica temos algo pra conversar com vocês.
Tenso.
-Eu preciso que vocês sejam muito compreensivos.
Mais tenso.
-Bem, não vou ficar enrolando. Hoje eu e a Mônica fomos ao médico e...
Por favor que ela não esteja grávida, por favor, por favor...
-E vocês vão ganhar um irmãozinho.
Silêncio mortal.
A Mônica e o meu pai ficaram sorrindo por um tempo esperando uma reação nossa. Eu estava em choque. Eu não queria mais ninguém na nossa família, ela estava ótima assim. A Mônica ia ficar ainda mais chata grávida, e eu não merecia isso.
-Quer dizer,-continuou meu pai- não sabemos ainda se é menino ou menina, mas com certeza a Mônica está grávida.
Mais silêncio.
Eu não conseguia falar nada. Estava em estado de choque. O Toni apertou minha mão mais forte, o que me deu vontade de chorar, mas eu me segurei. Acho que eles esperavam uma reação um pouco melhor da nossa parte, mas eu ainda estava aceitando a idéia de ter mais um na família. A Valentina estava meio...nem ai pra isso. Estranho.
-Que ótimo.- disse Toni- e pra quando é mais ou menos?
-Agosto, setembro, por ai. Não temos certeza ainda.
Mais silêncio.
Foi um lanche um tanto quanto chato. Parecia que todo mundo tinha medo de falar. Pedimos umas tortas e cada um pediu seu refrigerante preferido. Das poucas palavras que saim da nossa boca, acho que só um terço delas eram sobre o bebe. Alias, não, um terço é muito.
A meia-hora que passei ali sentada sem falar nada, parecia ter sido uma vida, logo me senti melhor quando pude sair de perto de todos e ficar a sós com o Toni no carro.
-Você não falou nada hora nenhuma.
-Porque eu não tinha nada pra falar ué.
-Amanda, eu te conheço. Vai, me diz...o que você ta pensando?
Antes que eu me desse conta, eu estava chorando e falando um monte de coisa sem sentido. Sério, não sei como o Toni me aguentava.
-Eu não quero que nada mude, eu...meu pai não vai me dar atenção e...ai, eu quero ir pra casa.- solucei.
O Toni ficou um tempo no quarto comigo tentando me fazer parar de chorar. Tentei secar as lágrimas para pelo menos deixar ele voltar a vida dele. Assim como eu, ele também tinha que estudar, e no momento, nenhum dos dois estavam fazendo isso.
Quando consegui convencer o Toni de que eu estava bem, fui tomar um banho bem demorado.Tinha muita coisa na cabeça, muito o que pensar, muito problema, e somente uma cabeça para resolve-los.
Assim que terminei o banho, liguei pra Dani pra dar as novidades não tão boas. Ela, assim como o Toni, tentou me acalmar e tal, mas com ela foi mais fácil. Eu não precisava olhar nos olhos dela, e na hora que eu quisesse, desligava o telefone e pronto. Não que eu tenha feito isso. Deixei ela falar, mas tentei encurtar a conversa o máximo possível.
Acho que eu meio que já esperava que isso acontecesse, mas assim que sentei na cama pra estudar cai no sono, e só acordei na hora do jantar. Jantar no qual eu não estava com a mínima vontade de ir, mas eu tinha que ir.
Foi um dos piores jantares que nós já tivemos. Nem as piadas sem graça dele nos fizeram rir. Foi a Mônica quem quebrou o gelo, quer dizer, o silêncio.
-Sábado vamos fazer um almoço em família para dar a notícia ao pessoal.
Quase me engasguei com a comida.
-Eu...eu não posso. -menti.- Combinei de sair com a Emily...
-Sai de manha e passa a tarde aqui.
-...e depois dormir na casa dela. -Mentira, mentira, mentira.
-Então, almoce aqui e depois você vai. -rebateu mais uma vez a Monica
-Mas a mãe dela vai fazer um almoço especial só porque eu estou indo.
-Filha, você vai ficar pra esse almoço e ponto final.
Juro que fiquei surpresa com tom que meu pai falou comigo. Ele parecia realmente irritado.
Terminei o jantar o mais rápido possível e nem esperei a sobremesa. Subi para o meu quarto e tentei não chorar. Juro que tentei.
Mas não consegui.
2 comentários:
voce brocaaa! nao demore de postar mais nao senao te mato! ta demais isso aquiiii vei! amei
brigadaaa. eu ja terminei o capítulo 4, vou só da uma editada e já, já posto aqui
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