sábado, 30 de outubro de 2010

Mandy - Capítulo 1

Postado por Vanessa Teixeira às 05:18
    Se mudar para uma nova cidade nunca é fácil, e agora eu entendia porque.
    Eu ainda tentava entender como o papai tinha se apaixonado pela Mônica. Mamãe era uma pessoa, fisicamente e mentalmente, muito melhor do que ela. Mônica é baixinha, mamãe media 1,73, Mônica pesa 70 kilos e alguma coisa, mamãe, 60.Mônica tem um rosto redondo como uma bola de futebol, assim como o corpo, e tem a voz mais irritante que você possa imaginar. A única coisa que salva nela é o olho, que são de um verde que, tenho que admitir, são lindos. Mas ela é uma verdadeira S.O.S (Só o Olho Salva). Mamãe tinha belos olhos azuis, um rosto impecável, além de ser uma pessoa inteligente, ótima conselheira, cozinhava extremamente bem e, bem, era a melhor mãe do mundo.
    Eu digo "era" porque ela morreu.
    Já faz 5 anos. Foi num acidente de carro. Triste, sei.
    Mas a questão agora não era minha mãe, era a noiva insuportável do meu pai, que além de ser chata, arrogante, interesseira, falsa e cruel, ainda tinha conseguido convencer meu pai a se mudar para o Texas, mas especificamente, Houston, pois era lá que a família dela morava. E agora, meu pai queria me tirar dos meus amigos, da minha escola, da minha vida, para ir morar no Texas só porque os parentes da noiva dele moram lá. Porque os parentes dela não podem se mudar pra Califórnia?
    E quando perguntei isso a meu pai, Mônica respondeu por ele.
    -Porque é muito mais prático duas pessoas se mudarem para lá do que várias se mudarem pra cá.
    E para me irritar mais ainda, Valentina completou:
    -Não se preocupe Mandy, você vai gostar de Houston.
    Valentina é a filha da Mônica. Ela é um ano mais nova do que eu e é a cópia da mãe, só que menor, e com os cabelos castanhos escuro, provavelmente igual ao do pai. Ela era igualmente arrogante comigo, só que ela se preocupava menos em parecer boazinha comigo na frente do meu pai. A Mônica não. Na frente do meu pai eu era o xodó dela. Isso me irritava profundamente.
    Mas eu ainda não falei do Toni. É o outro filho de você-sabe-quem (não Voldemort, mas sim a "megera"). Ele era um ano mais velho do que eu, e era completamente diferente da mãe, o que me fez pensar se antigamente a Mônica era algo próximo de "bonita", e pegou um rapaz igualmente bonito, porque só assim pra o filho dela ser como era. Pelo nome, o cara deveria ser italiano, ou algo do tipo.
    Pra começar, ele também teve a sorte de pegar os olhos da mãe, mas o rosto dele não era redondo, muito menos o corpo. Ele era alto, tinha os cabelos negros (que faziam uma harmônia incrível com os olhos dele), e pelo que a camisa dele me permetia ver, era forte,tipo,tanquinho e muque.
    Sério, ele não podia ser filho da Mônica.
    Mas quando eu fiquei sabendo que iríamos nos mudar, ele não estava lá. Graças a Deus! Não queria que ele tivesse visto meu rosto ficar inchado e vermelho quando comecei a chorar.
   Sim, eu chorei. Sou uma baita de uma chorona, mas quando perguntei se não tinha um jeito deu ficar aqui e morar sozinha, ou com algum parente, ou até morar na rua, e ele disse que não...óbvio.Naquele momento eu só sabia uma forma de expressar como eu me sentia, e palavras não adiantariam, já que a decisão já estava tomada e, bem, ninguém me escuta nessa família mesmo.
    E eu não queria que o Toni estivesse lá por causa disso, já que comecei a chorar e saí correndo pro meu quarto, que logo não seria mais meu, o que só me fez chorar mais.
   E chorando, dormi.


1 comentários:

Luíza Gomes on 5 de novembro de 2011 às 13:04 disse...

A historia é muito legal!!!
gostei MUITTOOOO

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